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JOSÉ BONIFÁCIO DE ANDRADA E SILVA

O Patriarca da Independência

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o Patriarca da Independência da Terra da Santa Cruz o Conselheiro José Bonifácio de Andrada, para quem a História imparcial resguardará o Título de SALVADOR DO BRASIL, pelos seus conselhos a D. Pedro I, Fundador do Império Constitucional na América.

JOSÉ DA SILVA LISBOA (Visconde de Cairú) - Diário do Rio de Janeiro de 18 de Março de 1835. (1)

José Bonifácio de Andrada e Silva nasceu na vila de Santos, capitania de S. Paulo, a 13 de Junho de 1763, filho do coronel Bonifácio José de Andrada e de D. Maria Bárbara da Silva. Era sua família ramo dos nobres Bobadela, e d'Entre-Homem e Cávado, do Minho, que foram Condes de Amares e Marqueses de Montebelo. Alêm do sangue fidalgo, os talentos elevados sobravam na parentela, apontando-se, — entre os tios, os Drs. José Bonifácio de Andrada, médico e naturalista, Tobias Ribeiro de Andrada, jurisconsulto e canonista, Padre João Floriano Ribeiro de Andrada, letrado e poeta ; — entre os irmãos António Carlos Ribeiro

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(1) A atribuição a Cairú, dêste artigo do Diário (sem assinatura) é feita por contemporâneo o Dez. Cândido Ladislau Japiassú, perseguido como José Bonifácio, e que lhe publicou a Defesa, Rio 1835, p. 75,

de Andrada Machado e Silva, Martim Francisco Ribeiro de Andrada, como êle formados em Coimbra, oradores, polemistas e homens de Estado, que tiveram nas gerações subsequentes gloriosa descendência, a qual ainda hoje não lhes desluz a glória e lhes continua a fama.

FORMAÇÃO DO ESPÍRITO

Os primeiros estudos fê-los na terra natal, dirigidos pelo bispo D. Manuel da Ressurreição, que pensou encaminhar as brilhantes aptidões do discípulo para a carreira religiosa, no que foi contrariado pelas disposições naturais dêste, propenso ao estudo das sciências, pelo que o enviaram os pais a Coimbra, em cujos cursos universitários conseguiu a láurea de bacharel em leis e filosofia natural.

À amizade e protecção do Duque de Lafõens, D. João Carlos de Bragança, deveu ser admitido como sócio livre da Academia de Sciências de Lisboa, onde seus talentos e sabedoria logo lhe grangearam o pôsto de secretário, que ilustrou com raro mérito. Tanto para lhe evitar a volta à terra natal, onde sua cultura pareceu perigosa ao Ministro Martinho de Melo, como para satisfazer ao seu valioso padrinho, foi José Bonifácio, e mais dois dos seus condiscípulos, enviados em missão de estudos a Paris e depois a outros pontos da Europa, para aperfeiçoar seus estudos de química e mineralogia, Discípulo de Lavoisier, Chaptal, Four

croy, Jussieu, Haüy em França, de Werner, Lempe, Köhler, Klotzsch, Freisleben, Lampadius na Alemanha, completou José Bonifácio os seus conhecimentos, merecendo a estima e o respeito de seus mestres e colegas, os sábios mais reputados da Europa por onde andou. E por muitas andou, percorrendo quási tôda a França, a Itália, o Tirol, a Hungria, a Boémia, fronteiras da Turquia, a Alemanha, a Dinamarca, a Suécia, a Noruega, recolhendo observações, tentando experiências, descobrindo minerais novos, com que em dez anos ilustrou o seu nome e do seu país.

Latino Coelho, no elogio histórico com que lhe celebrou a memória na Academia das Sciências de Lisboa, com a competência de mestre de mineralogia, aponta cinco espécies e sete variedades de minerais novos descobertos por José Bonifacio, segundo a relação dêste, na «Carta» a Beyer, citada na Bibliografia. Foram elas, as espécies novas: a Petalite, a Espodumene, (isomorfa com a Piroxene, chamada Trifone por Haüy), a Scapolite, a Wernerite, (identificada à anterior) e a Criolite; as variedades: a Akantikone (variedade do Epidoto), a Salite (variedaue de Piroxene), a Cocolite (variedade granular de Piroxene), a Ictioftalma (variedade de Apotilite), a Indicolite (variedade azul da Turmalina, a Satira brasileira), a Afrisite (também variedade da Turmalina, I. de ferro), e a Alocroite (variedade da Granada comum).

Nos livros da especialidade mineralógica estão consignados os achados e as uescrições de nosso eminente patricio, com as reverências ao nome de

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