TRADUCÇÃO DE FRANCISCO MANUEL DO NASCIMENTO (FILINTO ELYSIO) I Vós, que as praias trilhais do Tejo aurifero, No tributar meu pio rendimento Ao Luso feliz Vate. Mostrai-me o augusto sitio, em que repousa Veja eu as honras, veja os grandes premios... Dais á penuria, dais ao soffrimento II A não pôr elle os pés sobre o infortunio, Apurado a constancia; houvera-o, barbaros! No amargo desamparo, que lhe fica? (Caridosa e não Lusa!) que nocturna, Que tem de apascentar, no sol vindouro, VI Oh não! Que elle rival de Homero, e herdeiro Calar sabe soffrido, e sorve inteira Serôdio premio, a illustre offensa o houvera, Deixai-lhe o pundonor brioso, e irado No conceito que á Patria sagrou tudo, VII Escutai, escutai. Camões vos falla: «Digno emblema a mim proprio "Não dei, dos meus Heroes nos altos feitos, «Consolador emblema? «Par' avidos colher d'Eóo tributos, «Que a foz do Tejo acceita, «Bastára a valentia? Não. Faltava <«Constancia, que blasona «Lutar arca por arca, c' o infortunio, «E lutando aterra-lo. VIII «O Gigante do Cabo Tormentorio «Entona a fronte ao vê-los, << Médra em vulto, devolve sobranceiro «Monstruoso o corpo livido; «Co' a dextra as nuvens préme d'onde rompam «Seguidas tempestades, «Estalem os trovões, raios fuzilem; «Recalca com a esquerda «Cavadas ondas, que lhe, á vista, rasguem «Do abismo as profundezas. |