Centenaire du Grand Poète portugais J.-B. d'Almeida Garrett (1799-1899). Avulso, prospecto da « Jeune Fille aux Rossignols >> ; A favor do monumento que se tem de erguer á memoria do poeta, deu no Porto a Companhia do Theatro de D. Maria II um espectaculo no Theatro Principe Real, a 31 de Maio de 1899, de que temos uma senha para a entrada na galeria ; No «Grand Dictionnaire Universel du XIX. siècle. Paris, 1878, Supplement » vem uma pequena noticia bio-bibliographica de Garrett; Luciano Cordeiro. Livro de critica. Arte e litteratura portugueza d'hoje 1868-1869. Porto, Typographia Lusitana, 1869. 2 vols. No volume 2. ha grandes referencias a Almeida Garrett, na politica, na feição nova que tomou a litteratura portugueza, na poesia portanto, no theatro, no romance ; Cancioneiro d'Evora publié d'après le manuscrit original et accompagné d'une Notice Littéraire-Historique par Victor Eugène Hardung. Lisboa, Imprensa Nacional, 1875. A' pag. 17 da Introduction, nota 4, refere-se o A. ao Romanceiro de Garrett, vol. II, a proposito do romance mourisco, que havia tomado posse da poesia popular de Castella e invadira Portugal. Comquanto a Bibliotheca não a possua, mencionaremos a obra seguinte, de que tivemos noticia pelo « Conimbricense », e cujo extenso prologo é consagrado ao centesimo anniversario natalicio do nosso poeta. Com elle fica a Suecia representada no generoso movimento em sua honra : Econ Fran Portugals Parnass. Pelo Dr. Goran Bjorkman. Impresso em Stockolmo. Traz os retratos de Camões, Garrett, Anthero do Quental, João de Deus, Antonio Feijó e Manuel Duarte de Almeida; Francisco Gomes de Amorim. Garrett Memorias Biographicas. Lisboa, Imprensa Nacional, 1881-1884. Com o retrato do poeta e o fac-simile da sua assignatura. - Obra de dedicação e carinho, que tanto honra ao biographado como ao biographo; G. Vapereau, no seu << Dictionnaire Universel des Littératures », Paris, Hachette et C., 1876, sob a epigraphe Garret (João Baptista Almeida), dá uma substancial noticia do nosso poeta e da influencia que exerceu sobre a litteratura da peninsula, « rompant avec les traditions classiques portugaises... ses LYRES "DE JOÃO MINIMO le mirent au premier rang des poètes lyriques « de son pays. Ses romans poétiques et ses drames n'eurent pas « moins de vogue ».; Pinheiro Chagas, no « Diccionario Popular, Historico, Geographico... », Lisboa, Lallemant Frères, 1876, 1.° vol., obra publicada sob sua direcção, não podia deixar de dar conveniente noticia do afamado poeta, e o fez em mais de oito columnas d'aquella publicação, e termina: E, depois de ter percorrido em tres passos a região da «arte, adormeceu no tumulo, esperando a apotheose ».; Theophilo Braga, na sua « Historia do romantismo em Portugal », Lisboa, Nova Livraria Internacional, 1880, sob o sub-titulo Ideia geral do romantismo GARRETT HERCULANO CASTILHO, Consagra o Livro I da sua obra exclu sivamente a Almeida Garrett (1799-1854), e começa: « Na obra da nossa revolução litteraria que se seguiu á « revolução politica de 1832, cabe a Garrett o primeiro logar......» Esse estudo, largamente traçado, vai da pag. 114 á pag. 218, da edição que temos presente; O mesmo fecundo escriptor na Sexta Epoca O romantismo (seculo XIX) do seu « Manual da Historia da Litteratura Portugueza desde as suas origens... » Porto, Magalhães & Moniz, 1875, occupa-se devidamente do nosso poeta sob a designação GARRETT, e a inspiração tradicional - a) O Romanceiro portuguez; b) Fundação do theatro portuguez; c) Os romances historicos ; No seu « Discurso Historico pronunciado no dia 29 de Setembro de 1858 por occasião de solemnisar-se a posse dos... Officiaes e Dignatarios que compõem o Grande Oriente do Brasil. Rio de Janeiro, Typographia Brasileira, Editor J. J. do Patrocinio, 1860 », o dr. Mello Moraes transcreve em extensa nota, de pp. 26 a 33, parte do CATÃO, a começar : ... Vem, vem, meu filho, <«< Nos braços de teu pai morrer com honra ». E acaba: « Na hora do passamento é que a abandona? » ; Nas « Memorias de Litteratura Contemporanea, Lisboa, Typographia do Panorama, 1855 » - Io capitulo intitulado « J. B. d'Almeida Garrett. Nova Litteratura Frei Luiz de Sousa - O Arco de Sant'Anna » é um estudo bello e consciencioso da influencia exercida pelo nosso poeta na moderna litteratura do seu paiz; Camões Nas «Obras Posthumas de Luiz José Junqueira Freire, » II volume das suas Obras Poeticas, 3.a edição, publicada em Paris, s. d., por B. L. Garnier, occorre uma poesia do inspirado monge-poeta intitulada «A' morte de Garrett ». Dos jornaes do Brasil, que commemoraram na data conveniente o centenario, mencionaremos os seguintes, impressos nesta Capital, na impossibilidade de nos referirmos tambem aos dos Estados : " Jornal do Commercio ». rencia nas suas Varias Noticias. Deu uma honrosa, posto que pequena, refe O săr. José Verissimo, porém, na edição do dia 6, na serie de estudos de collaboração sobre litteratura, tanto nossa como estrangeira, que costuma dar ás segundas-feiras, escreveu, sob o titulo « Garrett e a litteratura brazileira »>, um extenso artigo de confronto litterario e leves traços biographicos, que enaltece mais uma vez a sua facil e esmerada penna. Começa pelo seguinte periodo, que dá a medida exacta de todo o seu bello escripto: « Os renascimentos são por via de regra productores desses << homens que os Inglezes tão bem appellidão de representativos. « Parece que toda a « virtude » do povo em elaboração progres<< siva se concentra e resume nelles. Dahi talvez serem tambem <«<esses homens quasi sempre universaes, compendiando, ás vezes «<em grão eminente, variadas aptidões. E conclue: « Garrett é um delles... » « E' quasi certo que foi sob a influencia do Bosquejo e da << obra critica e litteraria de Garrett que, fazendo violencia ao « seu proprio genio, elles (Magalhães e Porto Alegre) entrárão « na corrente puramente romantica, que se devia caracterisar << entre nós pelo segundo indianismo (o primeiro é o de Durão «<e Basilio da Gama) e pelo nacionalismo do fundo e da « fórma ». « O Paiz ». Artigo sem titulo, encimado pelo retrato do poeta e simplesmente o nome Garrett, que é denominado: o doce, o cantante, o divino Garrett. « Gazeta de Noticias ». Artigo sem titulo, antecedido do retrato do poeta com o fac-simile da sua assignatura: JB. de Almeida Garrett. « Começa: Quem disse de Garrett que elle só por si valia << uma litteratura disse bem e breve o que delle se poderá << sempre escrever sem encarecimento nem falha ». « Acaba: ... não é o politico que ora celebramos, mas o << escriptor, um dos maiores da lingua, um dos primeiros do « seculo, e o que junta em seus livros a alma da nação com a « vida da humanidade ». << Jornal do Brasil ». O centenario de Almeida Garrett (Retrato e assignatura em fac-simile). Artigo que conclue : «Os homens de lettras do Brasil, acompanhando os seus «< irmãos de além-mar, curvam-se respeitosamente ante a memoria « de GARRETT. » Na mesma folha se annuncia que nessa data se realizaria á noite, no Retiro Litterario Portuguez, uma sessão litteraria commemorativa, e que o Gabinete Portuguez de Leitura embandeirára durante o dia a fachada do seu magestoso edificio e á noite a illuminaria. <«< A Imprensa » - Na edição de 3 de fevereiro, dando noticia da sessão que realizaria no dia seguinte o Retiro Litterario Portuguez, accrescenta: ...em commemoração do 1. centenario do nascimento do visconde de Almeida Garrett, o celebre prosador e poeta que, com Alexandre Herculano e Oliveira Martins, fórma a luminosa trilogia das maiores mentalidades que Portugal produziu neste seculo. » << A Noticia >> Sob o titulo ALMEIDA GARRETT, dá no dia 4 artigo que destôa do côro geral de encomios ao illustre poeta, deslizando para a parte anecdotica de sua vida. No n.° do dia 6, porém, declara a redacção da folha que aquelle artigo fôra publicado sem maior conhecimento seu, posto que com o seu consentimento. Nas « Noticias de Portugal » datadas de Lisboa a 24 de janeiro e publicadas na edição de 9 de fevereiro, lê-se uma extensa referencia ao que se projectava fazer para commemorar dignamente o centenario natalicio do inimitavel poeta. E ainda, sob o titulo Vida mundana. Correspondencia de Lisboa de 6 de fevereiro, assignada J. S. (Josephina Santos), e sob o titulo O centenario de Garrett, carta do correspondente, insere «A Noticia» completa descripção do que lá então se passou em dignificação á memoria do grande dramaturgo, prosador e poeta, que, com Chateaubriand e Lamartine, quiz tambem ser e foi estadista. «Cidade do Rio » No seu n.° de 3 de fevereiro annuncia que no dia seguinte commemorará o Retiro Litterario Portuguez « o centenario do nascimento do inolvidavel poeta ». No dia 4, sob o titulo O dia e a respectiva data, produz na columna de honra um bello artigo, assignado com a inicial Y, do qual extractamos o periodo seguinte: «...se ha, depois de Camões, um escriptor a quem a litteratura portugueza deva todo o seu viço, esse é Garrett, cantor e luctador, deitando abaixo a frandulagem do velho classicismo incolor e pondo as lettras ao serviço da Patria. >> E transcreve, duas columnas adeante, « A Nau Cathrineta (Romance popular)» com a assignatura Almeida Garrett. Na interessante collecção facticia (de 37 peças), que a Bibl. Nac. possue, graças à generosidade do illustre bibliophilo João Antonio Marques, da mói parte do que se imprimiu, a principio sob o titulo Bom-senso e bom gosto, sobre a celebrada Questão Coimbrã, o nome de Garrett vem, como de justiça, invocado. Sobretudo porém no opusculo que se intitula « Garrett, Castilho, Herculano e a Escola Coimbrã... Lisboa, 1866 », o seu nome toma o lugar que The compete. O Ermita do Chiado, isto é, o sñr. Alberto Osorio de Vasconcellos, auctor do opusculo, diz: « Comecemos por Garrett... Garrett é o patriarcha, que os litteratos portuguezes devem invocar, porque era portuguez de lei... Creou o theatro, inventou o folhetim, aclimou o humour de Sterne, renovou a eloquencia, avivou a poesia popular, engrinaldou a lyra portugueza. « O seu testamento é glorioso. Deixou-nos um formoso legado composto de obras-primas ». Estes conceitos vêm repetidos, em citação, na « Analyse critica, rapida, despretenciosa feita ao folheto « Garrett, Castilho, Herculano... Pelo Sacristão de uma Ermida. Lisboa, 1866 ». No que tem por titulo « Litteratura d'hoje. Porto, 1866 devido á penna laureada do sñr. J. D. Ramalho Ortigão, lê-se a sentença seguinte, que não nos eximimos ao prazer de transcrever: « Essa invasão dos poetas tristes corrompeu o lyrismo da poesia pessoal contemporanea, reduzindo-a á mais surrada das semsaborias. « Estes poetas dizem-se discipulos de Lamartine para nos fazerem acreditar que tiveram um mestre na sua vida, mas desconhecem inteiramente a fórma moderna, e nunca lêram, ou nunca entenderam, ou nunca estimaram devidamente o visconde d'Almeida Garrett. >> A Garrett no seu primeiro centenario... Homenagem de Anna de Castro Osorio e Paulino de Oliveira. Lisboa, Imprensa de Libanio da Silva, 1899 Com o ret. do poeta, num retabulo alegorico, em photogravura. In-8.o gr. de 48 pp. numeradas : « Fallar de Garrett é a mais difficil tarefa e ao mesmo tempo a mais grata e facil de quantas nos podem sobrevir no caminho das lettras >>. Garrett em França. Notas bibliographicas. Por Antonio de Portugal de Faria. Pariz, 1899. Com cartas de Garrett. |