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INDE X.

PREFAÇÃO

VIDA DE LUIS DE CAMÕES

SONETOS.

A chaga que, Senhora, me fizestes
A formosura desta fresca serra
A morte, que da vida nó desata
A peregrinação d'hum pensamento
A perfeição, a graça, o doce geito
A violeta mais bella amanhece

Á la

margen

que

del Tajo, en claro dia

Acho-me da fortuna salteado

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XXXII

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Agora toma a espada, agora a penna (*)
Ah Fortuna cruel! ah duros Fados
Ah minha Dinamene! assi deixaste
Ai amiga cruel! que apartamento
Alegres campos, verdes arvoredos
Alegres campos, verdes, deleitosos.
Alma gentil que á firme eternidade
Alma minha gentil que te partiste
Amor, com a esperança ja perdida
Amor he hum fogo que arde sem se ver
Amor, que em sonhos vãos do pensamento:
Amor, que o gesto humano na alma escreve
Aos homens hum só homem poz espanto

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(*) Conjectura Faria e Sousa que este Soneto fosse feito a seu avô
Estacio de Faria, amigo de Camões, e como elle poeta e soldado.

Camões II.

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Apartava-se Nise de Montano
Apollo e as nove Musas, descantando .
Aponta a bella Aurora, luz primeira
Aquella fera humana que enriquece
Aquella que de pura castidade.
Aquella triste e leda madrugada
Aqui de longos damnos breve historia
Ar, que de meus suspiros vejo cheio.
Árvore, cujo pomo bello e brando
Ay! quien dará á mis ojos una fuente
Ayúdame, Señora, á hacer venganza

Bem sei, Amor, que he certo o que receio
Brandas agoas do Tejo que passando (*)
Busque Amor novas artes, novo engenho

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Ca nesta Babylonia donde mana.
Campo! nas syrtes deste mar da vida
Cantando estava hum dia bem seguro
Chara minha inimiga, em cuja mão .
Chorai, Nymphas, os fados poderosos
Coitado! que em hum tempo chóro e rio
Com grandes esperanças ja cantei.
Como fizeste, ó Porcia, tal ferida?

Como louvarei eu, Seraphim santo

Como podes (oh cego peccador!).
Como quando do mar tempestuoso
Con razon os vais, aguas, fatigando
Contente vivi ja vendo-me isento
Conversação doméstica affeiçoa
Correm turbas as agoas deste rio

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Crescei, desejo meu, pois que a Ventura
Criou a natureza Damas bellas

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Cuanto tiempo ha que lloro un dia triste

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(*) Este Soneto anda impresso nas Rimas de Diogo Bernardes, que

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Dai-me hua lei, Senhora, de querer-vos
De amor escrevo, de amor trato e vivo
De Babel sobre os rios nos sentamos
De cá, donde somente o imaginar-vos
De frescas belvederes rodeadas
De mil suspeitas vãas se me levantão
De quantas graças tinha a natureza.
De tão divino accento em voz humana (*)
De vós me parto, ó vida, e em tal mudança
Debaixo desta pedra está metido
Debaixo desta pedra sepultada
Deixa, Apollo, o correr tão apressado
Desce do ceo, immenso Deos benino.
Despois de haver chorado os meus tormentos
Despois de tantos dias mal gastados (**)
Despois que quiz Amor que eu só passasse
Despois que vio Cibele o corpo humano (***)
Diana prateada esclarecida

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Ditosa pena, como a mão que a guia (†)

Ditosas almas que ambas juntamente

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Ditoso seja aquelle que somente
Diversos dões reparte o ceo benino
Divina companhia que nos prados
Dizei, Senhora, da belleza idea.
Doce contentamento ja passado.
Doce sonho, suave e soberano
Doces e claras agoas do Mondego.
Doces lembranças da passada gloria

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(*) Em resposta ao Soneto: "Quem he este que na harpa Lusitana."
(**) Bernardes imprimio este Soneto como seu e é o 77 nas suas Ri-
mas, aindaque os sens mesmos contemporaneos o julgavão de Ca-
mões, imprimindo-o na primeira ed. de suas Rimas.

(***) A D. Rodrigo Pinheiro, que foi Bispo do Porto, segundo conjec-
tura Faria.

(+) A Manuel Barata, famoso professor de Calligraphia no seculo XVI,
publicando a sua Arte de escrever em 1572.

Dos antigos Illustres que deixárão.
Dos ceos á terra desce a mor belleza
Dulces engaños de mis ojos tristes

Em Babylonia sôbre os rios quando
Em flor vos arrancou de então crescida (*)
Em formosa Lethea se confia
Em huma lapa toda tenebrosa

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Em prisões baixas fui hum tempo atado
Em quanto Phebo os montes accendia
Em quanto quiz fortuna que tivesse
En una selva al dispuntar del dia

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Erros meus, má Fortuna, amor ardente
Esforço grande, igual ao pensamento (**)
Espanta crescer tanto o crocodilo
Esses cabellos louros e escolhidos.
Está o lascivo e doce passarinho
Está-se a Primavera trasladando
Este amor que vos tenho limpo e puro
Este terreste caos com seus vapores

Eu cantarei de amor tão docemente

Eu cantei ja, e agora vou chorando

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Eu me aparto de vós, Nymphas do Tejo
Eu vivia de lagrimas isento

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Formosos olhos, que cuidado dais.
Formosos olhos, que na idade nossa
Formosura do ceo a nós descida
Gentil Senhora, se a Fortuna imiga

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(*) Á morte de D. Antonio de Noronha, morto em hum recontro com
os Mouros, junto a Ceuta em 1553.

(**) A sepultura de D. Henrique de Menezes, septimo Governador da
India, fallecido em Goa no anno de 1526.

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Grão tempo ha ja que soube da Ventura
Guardando em mi a sorte o seu direito.

He o

gozado bem em agoa escrito
Horas breves de meu contentamento
Hum firme coração posto em ventura (*)
Hum mover de olhos brando e piedoso
Huma admiravel herva se conhece

Illustre e digno ramo dos Menezes (**)
Illustre García, nombre de una moza
Imagens vãas me imprime a phantasia
Indo o triste pastor todo embebido

Ja a roxa e branca Aurora destoucava
Ja cantei, ja chorei a dura guerra
Ja claro vejo bem, ja bem conheço
Ja do Mondego as agoas apparecem (***)
Ja he tempo, ja que minha confiança .
Ja me fundei em vãos contentamentos
Ja não sinto, Senhora, os desenganos
Julga-me a gente toda por perdido
Las peñas retumbaban al gemido
Leda serenidade deleitosa

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Lembranças de meu bem, doces lembranças
Lembranças, que lembrais o bem passado
Lembranças saudosas, se cuidais.
Levantai, minhas Tagides, a frente (†)

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(*) Este he tambem hum dos Sonetos que Bernardes publicou por
seus, e que Faria achou nos M. S. que continhão obras de Camões.
(**) Diversos forão os cavalleiros deste apellido que servirão com
distincção na India no tempo de Camões. Suppomos que o So-
neto foi feito a D. Fernando de Menezes Baroche, que passou á
India com seu Pae o Viso-Rei D. Affonso de Noronha, na mesma
nao em que ia Camões, onde naturalmente contrahirão amizade;
pois este fidalgo foi encarregado por seu pae no anno de 1554 de
ir curzar com uma armada no Estreito.

(***) Tambem este Soneto anda nas Rimas de Bernardes.
(†) A D. Theodosio de Bragança.

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