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31)

Esta edição é reproducção quasi exacta da de Coimbra, 1800, com a differença de ter de mais as gravuras no principio de cada um dos cantos, e uma ou outra ligeirissima variante.

Attribuem-na aos cuidados do typographo Manuel Pedro de

Lacerda.

O illustrado bibliographo, Innocencio da Silva, no vol. I pag. 261 do seu Diccionario, faz, ácerca de alguns exemplares d'esta edição, as interessantes considerações, que em seguida reproduzimos: « Ha exemplares d'esta edição, aos quaes por uma fraude industrial, das que não poucas vezes se commettem, foram arrancados os rostos parciaes dos dous tomos, e substituidos por um unico frontispicio, que diz: Lusiadas de Luis de Camões. Nova edição. Lisboa, na Imp. de Eugenio Augusto. 1836.

«Os que não tivessem conhecimento ocular da edição de 1805, podiam ser facilmente illudidos á vista de tal contrafação, julgando acharem n'ella mais uma edição realmente diversa das obras do poeta. >>

O primeiro volume do nosso exemplar tem 2 fls. inn.-XLIII 228 paginas.

O segundo 290 paginas.

(Ex libr. J. E. G. Rebello da Fontoura.)

Lusiada de Luis de Camoens. Accrescentam-se as estancias despresadas por o poeta, as lições varias, e breves notas para a illustração do poema.

Edição de J. E. Hetzig. In-16.

Não traz logar nem anno de impressão. Acreditam os bibliographos que ella seja de Berlim, 1808.

Depois da folha de rosto vem:— Dedicatoria ao sñr. W. de Humboldt em testimunho de obsequio e reverencia dos editores. Prologo aos leitores assignado por C. de Winterfeld, no qual diz, em mau portuguez, que os editores se-cingiram ao texto da edição do p. Thomaz Joseph de Aquino, da de Ignacio Ferreira, da de Pedro Gendron, e da de Coimbra, 1800.-Compendio da vida de Camões de Ignacio Garcez.-Argumento historico da Lusiada do mesmo Garcez.-Os Lusiadas.-Estancias e lições despresadas e omittidas.-Lições varias.-Breves e varias notas para a illustração do роета.

Diz o săr. visconde que no principio do exemplar que viu, estão escriptas estas palavras: Obras de Camoens. Tomo I. Em

nosso exemplar não se-acham éstas palavras. O que se segue, é que são variantes de uma mesma edição, ou que os editores tiveram um plano, que não chegou a realizar-se, isto é, o de imprimirem todas as obras do poeta.

Contem este exemplar XLVI-1 fl. de Erratas-464 paginas.

(Ex libr. J. E. G. Rebello da Fontoura.)

32) Obras do grande Luis de Camões, principe dos poetas de Hespanha. Terceira edição, da que, na officina luisiana, se fez em Lisboa nos annos de 1779, e 1780.

Paris, na Officina de P. Didot Senior. E acha-se em Lisboa, em casa da viuva Bertrand e filhos. MDCCCXV. 5 vols. in-18.° Elegante edição saïda dos typos de Didot, bom papel e mediocres gravuras; entre éstas um retrato de Camões e outro de Vasco da Gama.

Esta edição é, como indica o titulo, reproducção da de 1779 e 1782.

A segunda e terceira teem de mais que a primeira, como diz Innocencio da Silva, um novo prologo ou advertencia do p. Tho maz ao leitor, que occupa as primeiras 66 pags. do tomo I. Todas trez comprehendem, alem das obras que são universalmente reconhecidas do poeta, as que em diversos tempos, e por diversos editores se-lhe-attribuiram, das quaes passam algumas por apocryphas: as lições variantes dos Lusiadas; as estancias que foram desprezadas, ou omittidas pelo poeta ao dar á luz a sua obra; os argumentos e index dos nomes proprios de João Franco Barreto; as oitavas a S. Ursula, que Bernardes publicara como suas, e são de Camões no conceito dos commentadores; as eclogas IX a XIII que andam com variantes no Lima de Bernardes, e se dizem por este usurpadas; as eclogas XIV e XV nunca impressas até 1779; e finalmente uma ecloga intitulada Cintra, tambem ainda não impressa, na qual Manuel de Faria descreve a vida de Camões em 1414 versos, tirados todos com incrivel e paciente diligencia de di versos logares das composições do poeta.

Esta enumeração que faz Innocencio da Silva dos novos addicionamentos é exacta.

Esta edição de 1815, como affirma o mesmo Innocencio da Silva, se-acha exhausta ha muitos annos.

Tem o I volume CLV-202 paginas; o II, 335; o III, XXVIII454; o IV, LII-377; o V, XXIX-430.

A cada vol. accompanha uma fl. de Erratas.

(Ex libr. J. E. G. Rebello da Fontoura.)

33) (Obras de Luiz de Camões.) 1814-15, 5 vols. in-18.° peq. O primeiro volume d'esta collecção tem o titulo seguinte: Lusiadas do grande Luiz de Camões. Paris, na officina de F. Didot mais velho, e acha-se em Lisboa em casa da viuva Bertrand e filhos. MDCCCXIV.

Os outros volumes têm o titulo seguinte: Obras do grande Luis de Camões principe dos poetas de Hespanha. Terceira edição, da que, na officina luisiana, se fez em Lisboa nos annos de 1779, e 1780. Paris, na officina de F. Didot Senior, e acha-se em Lisboa, em casa da viuva Bertrand e filhos. MDCCCXV.

Como se-vê, este exemplar pertence á bella terceira edição do Paris, Didot, 1815; differindo, porem, dos outros exemplares na folha de rosto do primeiro volume, onde se-lê neste « Lusiadas do grande Luis de Camões » e naquelles « Obras do grande Luis de Camões ». Neste se-lê « F. Didot mais velho » e naquelles F. Didot Senior ». Neste se-lê « 1814 » e naquelles « 1815 ».

Alem d'estas variantes na folha de rosto do primeiro volume, o mesmo exemplar differe dos outros em não ter os retratos de Camões e Vasco da Gama, o mappa da derrota d'este, as gravuras no principio de cada canto, e a folha de Erratas no fim de cada volume.

Posto que os bibliographos não falem d'estas variantes, o exemplar alludido é, comtudo, digno de menção pelas razões que acabamos de expôr. Pertence, pois, não aos Lusiadas, como á primeira vista parece, mas, á terceira edição das Obras. Paris, F. Didot Senior, 1815.

34) (Obras de Luiz de Camões.) 5 vols. in-18.° com gravuras no principio de todos os cantos dos Lusiadas, os retratos de Camões e Vasco da Gama, e o mappa da derrota d'este.

O 1.°e o 2.° volume têm este titulo: Lusiadas do gran le Luis de Camões, com estampas. Paris, na officina de F. Didot senior, e acha-se em Lisboa, em casa da viuva Bertrand e filhos. MDCCCXV.

O 3.o, 4.o e 5.o vol. têm este titulo: Obras do grande Luis de Camões, principe dos poetas de Hespanha. Terceira edição, da que, na officina luisiana, se fez em Lisboa, nos annos de 1779, e 1780. Paris, na officina de F. Didot senior, e acha-se em Lisboa, em casa da viuva Bertrand e filhos. MDCCCXV.

Este é o terceiro exemplar que possuimos da terceira edição de Paris, 1815.

Differe do primeiro na folha de rosto do primeiro e segundo volumes. Differe do segundo exemplar, na mesma folha de rosto, e em ter as gravuras, os retratos, o mappa, e a folha de Erratas. (Ex libr. J. E. G. Rebello da Fontoura.)

35) Os Lusiadas, poema epico de Luis de Camões. Nova edição correcta, e dada á luz, por Dom Ioze Maria de Souza-Botelho, Morgado de Matteus, Socio da Academia Real das Sciencias de Lisboa.

Paris, na Officina Typographica de Firmin Didot, Impressor do Rei, e do Instituto. MDCCCXVII. In-4.° atlantico, tão grande ou maior que o antigo folio portuguez, de 3 fls. inn.-CXXX413 pp., com margens inteiras.

Si as artes, as industrias, e as glorias militares elevam o poder das nações, e sôbre ellas esparzem o vivo brilho de uma civilização aprimorada, as lettras, eloquente manifestação da intelligencia e da razão, sôbre tudo as-engrandecem, e lhe-erigem para o porvir monumentos inda mais duradouros que a pedra e o bronze.

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Os agricultores com seus braços; os commerciantes com suas ousadas viagens, enriqueceram Portugal; os artistas com sua palheta ou seu buril lhe-aperfeiçoaram as formas elegantes e mano perfil; os guerreiros com sua espada lhe-centuplicaram o poder, e rasgaram á sua ambição horizontes infindos; mas, o Camões, o cultor das lettras, o grande epico, salvou do exquecimento todas éstas glorias, talhando nos Lusiadas, para o portico da immortalidade, o vulto athletico de Portugal.

Comprehendendo ésta verdade, o illustre morgado de Mattheus, d. José Maria de Souza Botelho, quiz tudo sacrificar a bem da conservação e maior lustre do grande monumento nacional. Preparou e deu á estampa a esplendida edição dos Lusiadas de 1817, e prestou assim um serviço real á sua patria, aos seus concidadãos, e á humanidade.

A Academia Real das Sciencias, a quem foi apresentada, elogiou o editor, e nomeou uma commissão, da qual foram membros: Antonio Caetano do Amaral, Mattheus Valente do Couto e Sebastião Francisco Mendo Trigoso, sendo este o relator, para lhe dar conta desta nova e nitida edição.

Imitando ao sir. visconde de Juromenha, passamos a transcrever a parte artistica do parecer da commissão: O Poema dos Lusiadas, impresso em Paris no anno proximo passado, na officina de Firmin Didot, é em quarto atlantico, e occupa com as notas quatrocentas e treze paginas, alem da dedicatoria a Sua Magestade, que não é numerada, e de uma advertencia, que juntamente com a vida do Poeta enchem cento e trinta paginas.

O papel é o velino mais bello e mais igual; os typos fundidos de proposito, são os mais nitidos e perfeitos que se pódem ver, e mostram que n'este ponto e genero de impressão tem a arte chegado ao maior auge a que podia aspirar; a tinta é de uma optima côr; a tiragem, tanto das folhas como das estampas, é a mais limpa possivel: n'uma palavra esta edição é igual n'estes differentes artigos, ás que se tem feito de maior luxo, e ainda mesmo excede a maior parte d'ellas.

As estampas, que a acompanham, posto que não tenham todas. mesmo gráo de perfeição, são executadas em geral sobre um desenho, e por um buril, que faz honra aos Mestres que as desempenharam, e ao grande pintor Mr. Gerard que as dirigiu. O busto de Camões, que se pode olhar como obra prima d'este celebre e illustre artista, é cheio de expressão e vida, e dá bem a conhecer a grande alma do Poeta; não é só no semblante que elle está vivo, é tambem no resto do corpo, e o seu braço direito sobre tudo chega a illudir os sentidos, e parece animado. Os ornatos d'esta estampa, de uma extraordinaria riqueza, e que contrastam com a nobre simplicidade das outras, são como um tributo pago ao gosto do seculo; e ainda que variados, e optimamente desempenhados, não distrahem a attenção do objecto principal. A este retrato segue-se outro de vulto inteiro, em que o mesmo Camões apparece na gruta de Macau em um momento de extasi e de contemplação, animado pelo estro, e transbordando-lhe no semblante o divino fogo da poesia. As outras estampas, em numero de dez, correspondem aos dez cantos da Epopéa, e apresentam os passos mais notaveis de cada um d'elles. O conselho dos Deuses; a visita do Rei de Melinde ao Gama; o assassinio de D. Ignez de Castro; o sonho de El-Rei D. Manuel, em que lhe fallam os rios Indo e Ganges; a apparição do gigante Adamastor na passagem do Cabo da Boa Esperança; a imagem de Venus e das Nereidas, quando no canto VI applacam os ventos; o desembarque do Gama em Calecut; a sua segunda entrevista com o Samorim; Tethys coroando o heroe na ilha de Venus; e finalmente a audiencia que lhe dá o Monarcha portuguez na volta da sua expedição: taes são

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